segunda-feira, 9 de março de 2015

Personalidade Incógnita





O meu eu verdadeiro atual é uma parte mais supérflua de mim,
mas talvez melhor,mesmo que momentânea,movida muitas vezes por instintos, oito e oitenta,tudo ou nada e as vezes até o meio-termo. Essa parte talvez se lapidou por anseios, necessidades... Necessidades essas que talvez nem tenha sido sanadas, necessidade apenas de se melhorar,pois,o que tinha realmente é que talvez fosse o verdadeiro supérfluo,apesar de toda sua sensatez,sanidade e bem-estar (mesmo que temporário). Aquela casca que foi abstraída sem meu consentimento,de alguma forma se fez de saída para afugentar indesejáveis obviedades,que se formaram de certo modo por características marcantes,que amalgamam os dois ou até mais seres dotados de personalidades divergentes,mas que ora ou outra se entrelaçam,de forma que os leigos interpretam facilmente como apenas um único ser, ser esse no qual possui todos esses componentes ocultos, compilados em meu núcleo.
(Texto de um colaborador anônimo)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Pior das piores

Brigar com você é tão pior quanto todas as piores coisas do mundo. Coisas piores como dor de cabeça, como ter fastio, como gastrite, como bater o dedo mindinho do pé na ponta da cama. Como machucar-se sem querer. Como perder algo de importante bem em cima da hora, como chegar atrasado. Brigar com você é tão doloroso quanto uma ferida. Brigar com você, incomoda mais do que cisco no olho, mais do que unha encravada, mais do que porta sem chave, mais do que barulho insistente, mais do que insônia, mais do que sapato apertado, incomoda mais do que propaganda politica, mais do que certos chefes, mais do que sono nas horas que queremos estar acordados, incomoda mais do que dor de ouvido.
Brigar com você é tão mais agonizante do que ter que esperar uma fila enorme, quanto ter que suportar alguém, quanto não ser capaz de entender algo. Brigar com você é tão ruim quanto ter que mentir ou esconder porque se tem medo da verdade. Brigar contigo é difícil como Química é difícil pra alguns de nós, seus conceitos isóbaros, isótonos ou isotopos. Como divisão de números complexos. Ou a dificuldade maior ainda que é ter que aceitar certas verdades, e superar barreiras.
Brigar contigo é tão patético quanto roteiro de novela mexicana, tão ridículo quanto maquiagem borrada, alça de sutiã aparecendo, mulher de bigode, blusa de xadrez rosa, orelhas muito grandes, meninas exageradas no jeito como tratam da aparência e trejeitos, caneta sem tampa ou toda mastigada, piada sem graça. 
Brigar com você é péssimo como cair da cadeira, derrubar algo de vidro no chão, quebrar a ponta do lápis, coceira na cabeça, sentir muito frio ou calor, falar demais, trabalhar em hospital, ser desatualizado, amassar sem querer, poeira nos olhos, pagar mico...
Enfim, brigar com você é a infelicidade de brigar com tudo de forma desnecessária, fatigante e sem explicação.